domingo, 20 de outubro de 2013

FREUD: "O ARTISTA É AQUELE QUE MAIS SE APROXIMA DO INCONSCIENTE E DOS LOUCOS"


http://causasperdidas.literatortura.com/2013/10/18/arthur-bispo-do-rosario-a-salvacao-pela-arte/

Arthur Bispo do Rosário: a salvação pela arte


Artista contemporâneo e sergipano reverenciado no seu tempo, Bispo foi imortalizado pela atemporalidade da arte. A arte contemporânea enseja desconstruções de concepções para a abertura do desaprendizado instigante de significações, ou seja, a arte contemporânea “não fornece respostas, ela problematiza, inquieta… Há articulações de questionamentos possibilitando pluralidade de leituras’’, evidenciando o que Bispo do Rosário ressoou com suas rupturas estéticas e perturbadoras.
Experimentou-se dentro dos muros de instituições psiquiátricas, principalmente na Colônia Juliano Moreira (diagnosticado como esquizofrênico paranoide), depois de perambular, por dias, pela Igreja da Candelária e Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, proferindo a salvação e julgamento dos vivos e mortos pela sua determinação; começando esse seu primeiro surto após ouvir vozes de anjos o consagrando como Jesus Cristo, numa data bastante simbólica; meia-noite de 24 de dezembro de 1938. Durante cerca de cinco décadas nessas instituições (entre idas e vidas, ficando ininterruptamente por uns 25 anos), Bispo imergiu na arte como forma de resistência à condenação da loucura instituída. ‘’A arte de Arthur Bispo do Rosário é um aspecto de lucidez, parte de uma necessidade’’, como disse o ator João Miguel, que interpretou o artista na peça ‘’O Bispo’’, 2001-04, em São Paulo.
Circunscrito por fissuras, o passado de Arthur Bispo é repleto de especulações, já que era negado por ele mesmo, ‘’Um dia, eu simplesmente apareci pelos braços da Virgem Maria’’, disse certa vez. Não se sabe precisamente o ano do seu nascimento, se foi 1909 ou 1911, mas a especulação majoritária mostra que Bispo necessitou alterar seu ano de nascimento para poder ingressar na Marinha, onde permaneceu, aproximadamente, dos 15 aos 23 anos.
Na Colônia Juliano Moreira, Bispo, por ter aprendido boxe no período em que foi marinheiro, estabeleceu uma cumplicidade com os funcionários da instituição, tornando-se ‘’xerife’’. Com poderes concedidos pela sua argúcia, ele repreendeu e controlou os pacientes que geraram alvoroço. Auxiliando nas tarefas cotidianas. Forjou-se de autoridade, e com isso conquistou o respeito dos funcionários e pacientes.
Quando Bispo tinha 72 anos, em 1982, o crítico de arte Frederico Moraes, organizador da exposição com artistas catalogadas pela sociedade como marginais, já que buscou expor a arte daqueles considerados ‘’inumanos’’, aglutinou o conjunto artístico de Rosário na exposição ‘’À Margem da Vida’’, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, sendo esta a primeira e única exposição com o aval do artista sergipano em vida.
A reinvenção perpassou sua obra, já que o desutilizado, descartado, o que servia só para o lixo, para Bispo, era poesia visual. Ele colocou expressão nos restos, resignificando-os nas criações surgidas de desconstruções; transfigurou objetos. Sem as convenções dos métodos das artes plásticas, Arthur se configurou, pelos eruditos das artes, como artista de vanguarda, por ser inovador de desutilidades, de forma emblemática. Ele foi o ‘’rebelde’’ dos objetos; compulsivo e obsessivo por eles, como uma forma de colecionismo, oferecendo o revesso do concebido originalmente. Bispo criou e recriou suas peças dentro do seu alojamento que mais parecia uma instalação, permeado por explosões divinas, já que se autoproclamou o messias, vendo na sua internação o reconhecimento disso. Alheio a toda estratificação da arte, sua poética era intuitiva. Sendo ‘’uma situação no mínimo instigante: a linguagem que o coloca num patamar de vanguarda é a mesma que está na base da realização artística primordial no processo civilizatório, que ocorre mediante a coleta de conchas, de penas de ave, de pedras e outros recursos rochosos.’’
Sua arte, para ele, não era classificável como arte, pois construiu universos simbólicos por obrigação divina; como salvação. Como poetizou Manoel de Barros, no Livro Sobre Nada (1996):
‘’Arthur Bispo do Rosário se proclamava Jesus. Sua obra é ardente de restos: estandartes podres, lençóis encardidos, botões cariados, objetos mumificados, fardões de Academia, Miss Brasil, suspensórios de doutores. Descobri entre seus objetos um buquê de pedras com flor. Esse Arthur Bispo do Rosário acreditava em nada e em Deus’’
A complexidade da arte de Rosário leva a discussões paradoxais sobre como defini-lo – louco ou gênio? -, configurando-se conceituações simplistas, que não abarcam a dialética. ‘’Os doentes mentais são como beija-flores: nunca pousam, ficam sempre a dois metros do chão’’, como o artista poetizou. Uma marca inextinguível da arte é a distinção e/ou junção do enquadramento de louco e/ou gênio. O mundo artístico, por vezes, recheado dessas figuras instigantes, como o artista francês Antonin Artaud (1896-1948), que articulou o ‘’Teatro da Crueldade’’ – como representação da crueldade da sociedade, do ser humano, em seu âmago -, passando por vários manicômios, durante anos, ficando 9 anos ininterruptamente Para Sigmund Freud, ‘’O artista é aquele que mais se aproxima do inconsciente e dos loucos’’. E sobre o louco disse: ‘’A formação delirante que julgamos ser uma produção patológica é, na verdade, uma tentativa de cura, um processo de reconstrução’’.
A palavra: mar fluindo nas peças ornamentadas de Bispo e seu mundo reconstruído (ou desconstruído). Tecendo palavras cheias de sentido próprio, ou revivendo pela palavra bordada a experiência do seu primeiro surto (o de 1938) altivo em sua arte, como nos mantos, estandartes… Peças que se figuraram como livros. Há em Rosário a necessidade de registros. A peça ‘’434 – como é que devo fazer um muro’’ é um pedaço de madeira inventado de palavras; uma miniatura do mundo (era frequente, em Bispo, apequenar o mundo com restos).
O brado retumbante da obra de Bispo é uma miscelânea, na qual se pode identificar uma fenda axial em grande parte de sua arte; a religiosidade. As significações atribuídas a sua vida e, conseguentemente, sua arte foram embasadas nesses arcanos da religião, como em sua peça mais famosa, o ‘’Manto da Apresentação’’, uma vestimenta ‘’sagrada’’ para ser envergada pelo artista no infalível Juízo Final. Essa peça é adornada (emanharada), entre outros aspectos, de nomes bordados, os nomes – pessoas – que seriam salvas (bordou, com certa frequência, nomes em suas peças, como modo de salvar as pessoas que o reconheciam como Jesus). Podendo-se considerar essa peça a sublimação de sua vasta poética. A morte envolveu permanentemente Bispo, mas não de maneira histérica, atormentada, e sim como a via inevitável de conexão genuína com Deus, com toda a benevolência do artista que criou para Deus.
Arthur Bispo do Rosário morreu em 1089, e seu acervo é conservado no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, localizado onde era a instituição Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro.

Revisado por Luisa Bertrami D’Angelo

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

NEUROCIÊNCIA

 

“Neurociência para tudo é bobagem”

 http://charlezine.com.br/neurociencia-para-tudo-e-bobagem/#print

Raymond Tallis
A revista Galileu entrevistou o filósofo britânico Raymmond Tallis, que critica a moda entre os cientistas de explicar qualquer aspecto do comportamento humano apenas lendo ondas cerebrais. Ter preconceito contra o tema é algo do qual ele não pode ser acusado, pois além de boa parte das suas quase 200 pesquisas tratar do cérebro, Tallis coordenou a construção do Centro de Neurociência de Manchester, na Inglaterra, e se transformou em um especialista mundialmente respeitado em doenças neurológicas em idosos.
Apesar disso, ele acha que essa conversa de “neuro” está indo longe demais. Médico, crítico literário e filósofo — e referência na Inglaterra nas três áreas —, Tallis diz que usar a atividade cerebral para explicar todos os aspectos do comportamento humano pode colaborar com um novo tipo de darwinismo social. Em seu livro Aping mankind (“Humanidade primata”, sem edição no Brasil), ele afirma ver riscos na volta da ideia, usada durante o nazismo, de que teorias científicas baseadas no cérebro podem ser usadas para formular leis e conceitos sobre ética.
Confira a entrevista na íntegra:
Por que estamos tentando explicar tudo pela neurociência?
Em parte por causa dos extraordinários avanços da área depois de mais pesquisadores terem acesso a equipamentos de ressonância magnética funcional [que tira “fotografias” da atividade do cérebro]. Eu mesmo fiz minhas contribuições para a neurociência. Só que essa evolução no entendimento do cérebro faz com que as pessoas confundam o fato de a atividade cerebral ser uma condição necessária para a consciência com a noção de que ela em si seria a própria consciência. É o que chamo de neuromania: achar que tudo que somos se deve ao cérebro e que a neuroatividade é a mesma coisa que nossa consciência.
Estamos enxergando a nossa mente como uma simples máquina?
Exatamente. Se passamos a achar que a consciência é apenas fruto de um conjunto de atividades cerebrais, basta compreender esses mecanismos para fazer nós mesmos funcionarmos melhor. Quem tem esse tipo de pensamento acha que a neurociência pode ser usada para fazer políticas sociais. Agora, dizem que não deveríamos nos preocupar com ideologia da direita ou da esquerda, mas com o que o hemisfério direito faz, ou com o que o hemisfério esquerdo coordena.
Mas há cientistas estudando drogas para mudar o comportamento, como a oxitocina.Só posso rir ao ouvir isso. Quando era estudante, a oxitocina era a substância responsável por fazer o útero contrair. Agora, as pessoas viram que ela tem efeito, em alguns roedores, de fazer eles ficarem mais fiéis aos outros. Mas não há a possibilidade de administrar essa droga e transformar todo mundo numa espécie de zumbi moral, isso é bobagem. Se parar para pensar, há um problema maior nas formas mais tradicionais de manipular a mente humana, como o álcool.
O fato de algumas substâncias poderem mudar nossas atitudes coloca em dúvida a noção de livre arbítrio. Pesquisadores dizem ser impossível encontrar evidências de que ele existe.
Eu acredito em livre arbítrio e a razão pela qual os neurocientistas não conseguem encontrá-lo é porque têm uma aproximação em terceira pessoa, ou um ponto de vista objetivo sobre isso. Eles nos vêem, inescapavelmente como objetos materiais num mundo material. Não há como ver livre arbítrio dentro disso. Se você retira o ser em primeira pessoa, a liberdade desaparece. Isso traz a questão de também um determinismo cultural. Pensadores sugerem que você só pode ter livre arbítrio se não há influências sobre você, incluindo as influências que vêm do fato que você nasceu de um jeito e não de outro. Você não escolheu ser de um jeito em particular. Na minha visão, o livre arbítrio não vem de três coisas. Uma é que nós somos, em substância, os autores das nossas ações, no sentido que elas não teriam ocorrido sem nós. A segunda, é que essas ações expressam nós mesmos. A terceira é que nós devemos refletir as causas dos eventos. Se você olha o que criamos coletivamente, nós criamos um mundo inteiro fora da natureza. Você nunca achará o livre arbítrio olhando com os instrumentos errados, que são os instrumentos da neurociência. Se você procurar pelo livre arbítrio no lugar certo, você o encontrará.
Quais são os instrumentos corretos?
Certamente não são scanners cerebrais. Para ver isso, devemos olha para o dia a dia. Se eu caio das escadas, isso claramente não é uma ação de livre-arbítrio como eu falar contigo. Se eu tenho um ataque epiléptico, isso não é uma ação livre do mesmo jeito que é escrever um livro sobre epilepsia. Nós podemos notar nos eventos que nos cercam que alguns são claramente expressão do mundo físico e biológico e outros são claramente diferentes disso. As minhas ações fazem sentido para mim dentro do tipo de pessoa que eu me tornei e que eu fiz eu mesmo me tornar por décadas. Veja o aprendizado. Eu aprendo me posicionando para adquirir os fatos com minha experiência. Animais não ensaiam as coisas, não praticam as coisas. Eles não se esforçam para adquirir comportamentos adaptativos. Simplesmente acontece. Isso é bem diferente de nós.
O que são as pseudo-disciplinas que você cita em seu livro?
Normalmente essas disciplinas são um híbrido usando “neuro” ou “evolucionário” e alguma coisa. Por exemplo, neurodireito, neuroestética, neurocrítica literária, ética evolucionária, teologia evolucionária… São pseudo porque a neurociência tem muito pouco a dizer sobre o objeto particular de seus estudos. Até quando a neurociência parece ajudar em algo relevante, é prematuro usá-la para tirar tais conclusões.
Em que situação é prematuro, por exemplo?
Pegue a neurociência usada em crítica literária. Alguns dizem que se realmente queremos entender a resposta de um leitor a um livro, precisamos olhar ao que o cérebro desse leitor faz enquanto ele lê. Você pode expor pessoas a sentenças individuais ou palavras e ver como o cérebro responde, se a palavra ativa áreas relacionadas a qualidades poéticas. Só que, na verdade, ler um livro está longe de ser uma resposta a uma série de estímulos associados com palavras. É se engajar com o mundo que está se abrindo na sua frente, questionar a posição do escritor, imaginar o que está acontecendo, ser um pouco crítico sobre a verossimilhança da história e pensar no que isso poderia te trazer sobre o mundo em geral. O leitor não é apenas um cérebro que está respondendo a algumas sucessões de estímulos discretos, é um ser que está respondendo no nível mais alto a um trabalho de arte extremamente complexo.
Mas e no futuro? Será possível ter uma conclusão só por dar uma olhada em complexos padrões cerebrais?
Quando temos um pensamento, nós conseguiremos um dia ter uma ideia completa e detalhada de qual é a atividade cerebral correspondente a um pensamento? Minha opinião é que não. Algumas vezes nesta manhã eu pensei: “Ah, vou ter uma conversa com aquele cavalheiro do Brasil”. Esse pensamento nunca tomou a mesma forma no meu cérebro duas vezes. Qualquer pensamento tem inúmeras possibilidades de formas de ser realizado dentro da nossa mente. Claramente, não há uma parte da atividade no meu cérebro correspondente a ter uma conversa com você hoje. Mas há uma questão ainda mais profunda nisso. Vamos supor que nós temos a capacidade de fazer estudos no meio da vida real, por exemplo, de alguém se sentindo enciumado porque a pessoa amada está saindo com alguém. Vamos supor também que nós possamos gravar cada pequena neuroatividade observada nessa situação real. O que temos? Nós temos a descrição de alguns neurônios sendo acionados e alguns não. Nós temos uma gigantesca base de dados de 0 ou 1 disso. Eu não tenho certeza que isso poderia me dizer qualquer coisa sobre o estado de estar apaixonado ou revelar alguma coisa para mim que eu já não soubesse da minha própria experiência ou de ler de experiências de outras pessoas.
Não seríamos capazes de interpretar esses dados?
Não nos levaria a lugar algum. Quebrar o nosso amor em partes que supostamente estariam relacionadas não nos levaria a nenhum lugar no entendimento do que é realmente o amor. É como descrever a minha jornada para um bar encontrar com meus amigos em termos de uma mecânica newtoniana, um monte de movimentos e a energia dispendida. Isso não iria mostrar nada sobre meu prazer em ver os meus amigos no bar.
Esse tipo de pensamento estaria reduzindo à nossa humanidade?
Certamente. Reducionismo está em tudo. E a manifestação mais óbvia de reducionismo está em reduzir o mundo ao redor a uma série de estímulos discretos. O que mais me impressiona são os estudos relacionados ao amor. Sandy Zacki and Ananda Spartels, por exemplo, expuseram voluntários a uma sucessão de fotos com pessoas das quais eles eram amigos. Depois, mostraram a eles fotos de pessoas pelas quais estavam apaixonados. Comparando as respostas dos cérebros aos estímulos, viram o que havia de “a mais” na paixão e concluíram que o amor era uma certa neuroatividade em determinada parte do cérebro. Só que estar apaixonado é muito mais do que responder a um estímulo físico. É algo incrivelmente complicado e o que a neurociência nos oferece sobre isso é apenas algumas sequências de áreas ativadas no cérebro ao se dar um estímulo.
Cresce o risco de determinismo biológico?
Sou ateu e humanista, mas há um trabalho espiritual e intelectual interessante que tem de ser feito para entendermos com profundidade o que somos. É um grande erro achar que, se não viemos de uma força sobrenatural como Deus, somos meramente parte da natureza, como animais. Há o risco de, quando as pessoas começam a falar de neuropolítica, pensarem em neurodireito para substituir procedimentos na corte com justiça biológica baseada em scannerscerebrais. Acho aí que entraríamos em sério perigo.
O dawinismo social está de volta?
É parte da minha preocupação essa maneira muito científica de ver a humanidade. A redução do ser humano a ondas cerebrais me lembra muito da convergência entre o pensamento pavloviano e do socialismo materialista no começo do século 20. A ideia de que nós precisaríamos de engenheiros de seres humanos, de que a ciência iria nos mostrar do que realmente somos feitos e que as nossas políticas seriam baseadas em ciência física real, etc. Esse tipo de cientificismo tem uma história muito triste no passado.
Você também critica o que chama de darwinites. O que é isso?
É a crença de que Darwin não apenas explica como o organismo do homo sapiens se transformou no que é hoje — o que certamente ele faz—, mas que explica também como somos e agimos atualmente. Há muitas pessoas que acham que, por causa de Darwin, temos que negar um abismo imenso que existe entre nós e outros animais. Isso está ligado à neuromania. Se você acredita que a mente é idêntica às ondas cerebrais e acredita que o cérebro é um órgão que evoluiu, então, certamente, acreditará que o nosso modo de pensar é apenas moldado pelo evolucionismo. Nossas ações e a forma como agimos, tudo seria a respeito de simplesmente maximizar a passagem de nosso código genético e nada mais. Isso coloca em risco a própria noção de livre arbítrio.
O que você sugere?
Olha, meu livro é bastante negativo. Parafraseando John Locke, meu trabalho é limpar a sujeira do caminho que leva até a verdade. Apesar disso, eu tento apontar no sentido de dizer que nós temos que fazer uma certa reavaliação radical do nosso pensamento, no sentido de pensar sobre o lugar da humanidade e da consciência humana na natureza. E temos de começar nos fazendo questões fundamentais sobre a relação com o material de que somos feitos. Há algo de interessante ocorrendo entre alguns filósofos que tentam escapar da noção de que a mente é a atividade do cérebro. E que o cérebro, como um órgão evoluído, é simplesmente o servente de um processo de evolução. Há algo de bom começando em termos filosóficos nessa área, mas está num estágio muito inicial e precisamos de um gênio para vir e pensar mais profundamente sobre onde nós estamos nessa discussão neste momento. E eu não sou este gêni
o.